Conto "Amor" de Clarice Lispector.
"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." Clarice Lispector.
Falaremos um pouco sobre Clarice Lispector. Ela foi sem dúvida uma das autoras mais importantes do país. Começou a escrever desde muito cedo, sua primeira obra, escrita em forma de peça de teatro (Pobre Menina Rica), foi produzida aos 10 anos. De lá para cá, Clarice não parou mais e dedicou sua vida a escrever contos, crônicas, romances e livros infantis. Advogada, foi redatora e teve várias colunas em diversos jornais da época. Sagaz e sensível, seus contos e romances são capazes de sintetizar as sensações e os anseios de seus leitores. Clarice faz do lugar comum, do sentimento comum e da vida cotidiana, o cenário perfeito para a concretização do sentimento e da angústia. Vale a pena ressaltar a capacidade que a autora tem de partir de elementos corriqueiros e fazer uma série de reflexões e afirmações, muitas vezes desencadeadas pelo momento epifânico ( elemento ou momento que desencadeiam mudanças bruscas no desenrolar da trama), e tão presentes na complexidade sombria de todos nós. Essa vivacidade e essa verdade impregnadas em suas obras transparece numa entrevista a José Castelo, na época jornalista do "O Globo": Clarice quando questionada sobre o porquê escrevia, responde com outra afirmação:
C.L. "— Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?"J.C. "— Por que bebo água? Porque tenho sede."C.L. "— Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois é, eu também: escrevo para me manter viva."
O "Entrelinhas" selecionou, a fim de demonstrar um pouco da grandiosidade e da magia, dessa escritora um conto denominado "Amor". O link para o conto a seguir é: http://www.releituras.com/clispector_menu.asp.
No conto, Ana é uma mulher comum, como tantas outras mulheres comuns, que sai para cumprir as tarefas cotidianas, as quais garantem sua existência e utilidade, quando o momento epifânico vem e murcha as falsas florescências da útil dona de casa fazendo com que ela já não possa mais ser a mesma. Divirtam-se. Estamos aguardando suas impressões!
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